Pudim Abade de Priscos

Pudim Abade de Priscos é, numa palavra: uma perdição. Doces conventuais no geral, são uma tentação a que não devemos fugir.

Sim, obviamente que estes doces não são para comer sempre, mas ainda assim, com a natural e muito correcta, consciencialização do que comemos, a tendência será para cada vez menos se fazerem.

Outro dia enquanto tentava executar esta receita a propósito de uma conversa com um amigo que partilha a minha paixão por estes doces tão portugueses, pensava em como facilmente estes doces podem desaparecer, dado os cuidados generalizados com a saúde.

Pudim Abade de Priscos

Ingredientes:

  • 15 gemas
  • 500 gr de açucar
  • 500 ml de água
  • 50 gr de toucinho
  • 50 ml de vinho do Porto
  • 1 pau de canela
  • 1 casca de limão
  • caramelo liquido suficiente para untar a forma/formas

Aqui optei por fazer nas formas Geo Bundtlette da Nordicware, mas podem fazer numa forma de pudim ou forminhas de muffin, se bem que o importante é estarem bem isoladas e não deixar entrar humidade, pois é um doce cozinhado em banho maria.

Numa taça, colocar as 15 gemas.

Numa panela levar a água, o açucar, o toucinho (pode ser cortado em 4 ou 5 pedaços),  limão e o pau de canela a ferver. Se tiverem um termómetro, esta mistura deve atingir os 101ºC, se não, contar 5 a 6 minutos depois de começar a ferver. A calda deverá atingir o ponto de fio. Reservar de deixar arrefecer até ficar morno. Não completamente frio.

Aquecer o forno a 180º e colocar água a ferver num recipiente suficientemente fundo para que a forma onde colocam o preparado fique imerso a 2/3.

Às gemas, adicionar o vinho do Porto e mexer com uma colher de pau. Mexer com cuidado para não adicionar ar à mistura ou bolhinhas. Passar a calda de açúcar por um passador, para retirar o toucinho, o limão e a canela, e deitar em fio sobre as gemas mexendo sempre até obter um preparado homogéneo.

Cobrir muito bem as paredes da forma com caramelo líquido.

Deitar o preparado de gemas e calda através de um passador fino, de modo a retirar qualquer pedacinho que tenha ficado mais sólido na forma. Cobrir a forma com a tampa, se tiver, se não, cobrir primeiro com uma folha de papel vegetal (sem tocar no preparado) e depois isolar tudo muito bem com papel de alumínio.

Levar ao forno em banho maria cerca de 50 minutos.

Desenformar apenas quando estiver bem frio. Levar ao frigorífico e servir frio. Vai ficando melhor ao longo dos dias, pelo que pode ser preparado com uns 2 dias de antecedência.

Nota: Eu preferi fazer no forno, devido às formas que estava a usar. Mas tradicionalmente é feito numa forma de pudim com chaminé e uma tampa hermética, imergida em água e colocada numa panela sobre o fogão durante 45 a 50 minutos.

 

Pudim Abade de Priscos é muito açúcar… É muita gema de ovo… Mas… É TÃO BOM!!!! E é tão português. E tão fácil de fazer… E no entanto, tão envolto em misticismo culinário. Vamos lá desfazer esses mitos e pôr a calda de açúcar e as gemas a trabalhar para nós.

Deixo-vos aqui a receita, porque gostava que estes doces não se perdessem. Pode ser um bom doce para o Natal que se aproxima por exemplo. Já é uma época de excessos, que o Pudim Abade de Priscos seja mais um excesso bem português.

3 Comments Add yours

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.