A história deste bolo tem 3 fases:

1. Andei a massacrar uma amiga pela receita dela de um bolo de cenoura que comi. Estava delicioso, fofo, amarelinho… O sonho de qualquer bolo de cenoura. Andei mais de 2 meses a pedir a receita. Com os afazeres de todos, família, trabalho, etc, naturalmente que recorrentemente ela se esquecia de me enviar a receita.
2. Comprei uma slow-juicer da Kenwood. A centrifugadora dá imenso trabalho a limpar… ocupa imenso espaço (se bem que com esta não ganhei assim tanto espaço como isso…). Fora o facto de actualmente se ver o boom dos slow juicers e dos benefícios face os sumos centrifugados. Faço muitos sumos…? Não. Mas estava em promoção na FNAC e não resisti. Veio um livrinho de receitas. Não sei porque insisto em ler estes livrinhos quando acabo por inventar, porque não tenho sempre todos os ingredientes, e por isso vou substituindo. Mas no livrinho vinham umas receitas de como aproveitar os resíduos que saem da máquina além do tão desejado sumo que dura mais que o centrifugado e que guarda mais as propriedades nutricionais. Dava para fazer bolos… Mas como? Se colocamos uma misturada de ingredientes e sai tudo misturado? Lembrei-me da receita do bolo de cenoura… E lá fui fazer um sumo, a inventar claro… com cenoura e pastinaca que tinha no frigorífico. Com o cuidado de colocar estes ingredientes primeiro, parar a máquina, separar os resíduos, e então colocar os outros todos para o sumo.
3. Ainda tinha uma das minhas lindas formas de cobre por estrear. Uma das minhas lindas formas compradas num surto consumista louco de devaneio de viagem… E já há algum tempo que não fazia um bolo.

Tudo se conjugou: a receita veio na mesma semana da slow juicer e a forma ainda anda às pandeiretas lá no escritório,  porque ainda não encontrei sítio para a guardar e tem servido de adereço em algumas sessões fotográficas.

E pronto. Com isto tudo sai um bolo de cenoura e pastinaca, onde subverti a receita da minha amiga com a pastinaca e as raspas de laranja, usei os resíduos da slow juicer (a receita resulta na mesma com a cenoura e a pastinaca raladas no ralador, não precisam de uma slow juicer para isto) e coloquei tudo na minha linda forma de cobre que ainda não tinha estreado.

Como diz a Martha Stewart: Enjoy!

Ingredientes:

• 2 ovos
• 250 gr de cenoura e pastinaca raladas (2 médias de cada)
• 225 gr de açucar
• 150 ml de óleo
• 250 gr de farinha T55
• 1 colher de sopa de fermento
• 1 colher de sopa de raspas de laranja
• 2 colheres de sopa de cognac
• açucar e canela em pó q.b

Pré-aquecer o forno não ventilado a 170º

Bater a alta velocidade os ovos com o açúcar até obter um creme claro e leve. Ainda com a batedeira em velocidade, incorporar o óleo e o cognac.

Juntar a farinha peneirada com o fermento e a cenoura e pastinaca raladas. Mexer suavemente apenas para envolver tudo. Cuidado para não bater demasiado ou ficará um bolo de migalha mais dura.

Deitar a mistura numa forma de cerca de 22 cm untada com manteiga e polvilhada com farinha e levar ao forno pré-aquecido cerca de 50 minutos ou até um palito sair seco quando inserido.

Deixar o bolo na forma 10 minutos antes de desenformar. Deixar arrefecer totalmente sobre uma rede depois de desenformado.